domingo, 3 de abril de 2011

Tentativa


Que imagem perfeita. E eu nem sei de quem é.
Mãos, grandes mãos que me contém.
Estou contida e ao mesmo tempo fora.
Faço parte, mas há peças que faltam.
Toque suave e distante.
Quero deitar nelas, aconchegar-me.
E você as estende, só pra me segurar.
Fazer de seus dedos o meu cobertor.
E não contar pra ninguém que é ali, bem ali que eu me acho.
Meu porto seguro, meu santuário, minha fortaleza.
Me amparam e me arrepiam, dos pés à cabeça.
Mapeiam e moldam, bem devagar.
Eu as queria o tempo todo.
Mas olha só, é como se eu as visse acenando do outro lado do Atlântico.
Tão distante.
Posso caber aí.
Tenta, Tenta.
Tentadora tentativa.

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