segunda-feira, 7 de março de 2016

O Golpe


Foto: acervo pessoal.

Butinada nas costas
A nuca me estala
O peito ecoa
Num tum de três tons
O pulso acelera
Adrenalina aumenta
Clarão em meus olhos
Alguém na espreita
Numa noite escura
A calçada molhada
Sussurros mordidos
Em línguas profanas
Anunciam a chegada
Daquele que nunca saiu
O sereno toma conta
Dos pensamentos levianos
Há quem vire a casaca
Para alcançar fácil mimo
Há quem fique firme
No cortante fio do perigo
Lealdade e companheirismo
Num náufrago de idéias
Mais fácil seria
Perfurar nuvens
Atirando pedras
Assim como
Brindamos a amizade na mesa do bar
O riso, a perdição
Enquanto que
Para o convívio
Lidamos com os defeitos 
Muitas vezes na contramão
Hábil jeito humano 
De desprezar, amar e perdoar
Natureza de pecados
Que tenta extinguir a beleza dos imaculados
Esse jeito de ser
De instigar a competição
E depois, preferir amor
Pois afinal, goste ou não
Somos todos perdão
Somos?

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